Àqueles que perseveram, Deus promete-lhes vitória. A Bíblia diz em Filipenses 3 : 13-14 “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus.”
As estatísticas nos dão conta que, em certas regiões do Brasil, perto de 30% das crianças não estão registradas em cartório. Isto significa que não existem como cidadãos, não têm nome legal; estes, e outros milhões de brasileiros, não possuem relação comunitária. O grande problema dos moradores das favelas é, justamente, a sua desagregação social. São adventícios que se desagregaram de suas raízes culturais, e nas favelas vivem uma desagregação exterior e interior. O ambiente, de certa forma, é esquizofrênico, personalisticamente desestruturador, sem uma consciência participativa. Mas esta falta de integração comunitária não acontece apenas nos ambientes das populações menos favorecidos. Também nas elites e na classe média, em grande parte, predomina um exacerbado individualismo e egoísmo, o que leva a grandes neuroses de isolamento e fragmentação das personalidades. A participação social é apenas a obrigatória das eleições e do pagamento de impostos. Que o restante se dane. E o endereço? Nas centenas de favelas de nossos centros urbanos o correio não consegue encontrar as pessoas. As ruas não possuem nome, ou nem existem. E o que estimar emocionalmente, quando se mora em barracos, ou em palafitas em que as catitas, os ratos e as baratas passeiam livremente? Quando não se tem uma educação de qualidade, ou as escolas são precárias? Quando não se tem emprego e acesso a uma alimentação saudável, que, por sua vez, repercutirá na saúde da população?
Enquanto não se cuidar prioritariamente para proporcionar aos cidadãos as condições básicas exigidas para se conservarem no bem, podemos invocar a essa analogia: “vós que em tal sociedade viveis, renuncie a toda esperança”. Somente, na medida em que construirmos uma sociedade em que estas exigências básicas para o ser humano se conservarem no bem sejam instituídas, podemos ter esperança que os índices dos crimes, das violências e da corrupção diminuirão. A simples repressão é puro paliativo. O mal somente recuará, quando for instituído o bem. O mal perante o bem é como as trevas perante a luz. Recuará na medida em que aparecer o bem, assim como as trevas recua perante a luz.